CUT e centrais preparam 8 de Março de luta das trabalhadoras
Dirigentes da CNM/CUT reforçam que, mesmo com o novo governo Lula, é preciso fazer a luta pelos direitos das mulheres nas ruas
Publicado: 08 Março, 2023 - 05h50 | Última modificação: 08 Março, 2023 - 09h21
Escrito por: Redação CNM/CUT

A CUT e as demais centrais sindicais planejam uma série de atividades este mês em todo o país para lembrar as lutas das mulheres. O lema adotado pela central cutista para nortear as atividades será: “Sem Mulher Não Tem Democracia". Para ver a programação completa dos eventos, que começam nesta quarta (8), clique no link 'Saiba Mais' ao lado do parágrafo seguinte.
Será o primeiro 8 de Março após quatro anos de retrocesso no governo Bolsonaro. A data deste ano ganha importância para reforçar a luta por mais avanços em políticas públicas que garantam direitos e respeito às mulheres.
“Esperamos que com o novo governo Lula as mulheres voltem a ter visibilidade, que nossas políticas públicas sejam restauradas e que a gente possa retomar o que perdemos nos últimos anos e avançar na luta pela igualdade”, disse a secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo do Nascimento.
Marli pontua que, apesar de agora ter um governo popular e mais aberto a abraçar a causa das mulheres, as trabalhadoras não podem deixar de ir às ruas e lutar pelos seus direitos.
“Recentemente o presidente Lula anunciou que está assinando uma lei que exige a igualdade salarial entre homens e mulheres, algo que nós aqui na CNM lutamos muito, tanto nas convenções coletivas quanto nas negociações individuais, por isso é importante lutar sempre, para conseguir mais coisas”, completa a dirigente.
Espaço na categoria
Nacionalmente, as mulheres representam 19% do total de trabalhadores metalúrgicos. A secretária de Mulheres da CNM afirma que existe um esforço para aumentar a participação das mulheres na categoria e, principalmente, para que as mulheres não sejam as primeiras a serem demitidas pelas empresas em caso de crise, como, segundo a dirigente, costuma acontecer.
“Fazemos um esforço para colocar cláusulas nas convenções coletivas de contratação de mais mulheres, por exemplo, se uma empresa contratar cinco trabalhadores que ao menos duas sejam mulheres. Em alguns lugares estamos conseguindo aumentar a quantidade de mulheres na nossa base”, relata Marli.
Machismo e violência
A secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, afirma que o machismo ainda é muito presente na hora de definir as funções das mulheres metalúrgicas dentro do local do trabalho. "Precisamos conscientizar a sociedade que as mulheres podem exercer qualquer função que ela queira dentro da empresa”, reforça Christiane.
Outro ponto importante na luta de direitos das mulheres, é a busca para acabar com violência de gênero. Levantamento publicado na última segunda-feira (6), realizado em sete estados, mostra que em 2022, a cada dia, houve pelo menos uma morte por feminicídio nos estados pesquisados. Além disso, estudo publicado na semana passada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (IPEA) aponta um número alarmante: o número estimado de crimes de estupro no Brasil é de 822 mil por ano.
Para Christiane, existe uma série de medidas que podem ser adotadas para diminuir a violência. “É preciso investir em políticas públicas como o Bolsa Família por exemplo, é preciso dar condição e independência para as mulheres construindo creches, dando oportunidade de emprego, construindo mais casas abrigo, centros de assistência. E é preciso também leis mais severas contra a violência, para que os homens cumpram de verdade o que a lei determina”, enumera a dirigente.