Futuro da mobilidade urbana é debatido em seminário no ABC
“Transição Energética e Descarbonização para Mobilidade” trouxe ideias sobre qual será a nova mobilidade urbana brasileira. Sindicalistas também debateram a importância da participação dos trabalhadores
Publicado: 31 Janeiro, 2024 - 16h55 | Última modificação: 31 Janeiro, 2024 - 17h48
Escrito por: Redação CNM/CUT*

Sindicalistas, membros do Dieese, de universidades, do poder público regional e governo federal e indústria debateram na última terça-feira (30) o futuro da mobilidade urbana no país e quais os modelos energéticos que teremos nos próximos anos através do seminário “Transição Energética e Descarbonização para Mobilidade”.
O evento, realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP), foi organizado pelo Sindicato e também pela CNM/CUT, Dieese, IndustriALL Brasil, Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e Universidade Federal do ABC (UFABC).
A primeira mesa de debates teve como tema “A transição energética em perspectiva nacional” e contou com a participação de um integrante do INEEP (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis); um do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços); do BNDES e da SAE Brasil.
Na sequência do evento, a mesa seguinte contou com debatedores da Fiesp; LCA Consultoria; Unicamp e sindicalistas metalúrgicos, focando no assunto “Mobilidade, descarbonização e transição energética: as rotas alternativas para o Brasil”.

Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, o debate foi proveitoso não apenas por mostrar em um plano geral como pode ser o futuro da mobilidade e das novas fontes de energia no país, mas também em posicionar o trabalhador dentro deste novo cenário.
“Estamos falando da mobilidade das pessoas, do deslocamento delas dentro das cidades. Isso vai além dos veículos, sejam eles coletivos ou individuais. É preciso pensar na infraestrutura das cidades, para que as pessoas possam diminuir o tempo que passam presos no trânsito. O trabalhador que vai pra empresa e volta pra casa precisa ter um tempo menor no deslocamento”, afirma o dirigente.
Loricardo pontua que a infraestrutura também inclui a questão ambiental, principalmente em um momento onde o aquecimento global provoca mudanças significativas no planeta. “É a nova era, um novo homem para um novo planeta terra. Precisamos cuidar das pessoas, cuidar dos trabalhadores e trabalhadoras, usar a tecnologia a nosso favor”.
O presidente da CNM/CUT disse que o debate sobre a mobilidade do futuro fará parte da pauta da entidade e será aprofundado com as bases metalúrgicas. “Os companheiros e companheiras nos sindicatos e nas direções precisam ter esse conhecimento. É um tema que extrapola o local de trabalho e pode aparecer nas escolas também, pois o que debatemos no seminário é qual o planeta que a nossa juventude vai herdar”, finaliza.

Transição justa
Wellington Damasceno, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reforçou o papel dos trabalhadores nesse processo. Em sua intervenção, Damasceno ressaltou que o lugar dos sindicatos nessas discussões não é apenas de pensar na qualificação dos trabalhadores diante dessa discussão.
"Este seminário mostra a intenção do Sindicato de fazer parte dos diversos atores que estão pensando nessas questões", disse. O diretor sindical comentou que o termo mais efetivo para atribuir ao tema é "transição justa" que, em linhas gerais, significa colocar o mercado, trabalhadores, academia e governo em paridade na tomada de escolhas para o futuro da indústria brasileira.
Wellington defende que os impactos de território e sociedade precisam ser levados em consideração. Isso porque, na visão do sindicalista, hoje o país conta com um polo industrial grande que pode ser melhor explorado "As mudanças precisam manter, também, a sustentabilidade social. Precisamos pensar no futuro e em como preservar e criar novos empregos", ressaltou.
* Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região