“Nós precisamos pensar em uma política industrial alinhado com demandas sociais"
Aroaldo Silva, presidente do IndustriALL Brasil defendeu a criação de um Plano Nacional de Política Industrial
Publicado: 13 Fevereiro, 2023 - 10h19 | Última modificação: 13 Fevereiro, 2023 - 10h26
Escrito por: Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP)
Na manhã deste sábado, 11, aconteceu a primeira plenária para o 9º Congresso da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP): “Metalúrgicas e Metalúrgicos na Luta Pela Reconstrução dos Direitos, da Democracia e da Soberania Nacional”. O evento preparatório teve como tema “Indústria, Emprego e Desenvolvimento" e reuniu cerca de 80 metalúrgicos e metalúrgicas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu (SP) e foi transmitido pelo Facebook da Federação.
Na mesa de abertura, estiveram presentes os presidentes dos sindicatos de Salto, Alexandro Garcia Ribeiro, de Sorocaba, Leandro Soares e o anfitrião, Manoel Lázaro do Santos, de Itu. Representando a CNM/CUT esteve o Secretário de Formação, Renato Carlos de Almeida, e pela CUT/SP, o Secretário Geral, Daniel Calazans, além do Presidente da FEM-CUT/SP, Erick Silva. A condução da mesa foi da Secretária da Mulher, Ceres Ronquin, e do Secretário Geral, Max Pinho, da FEM-CUT/SP.
O presidente da Federação, Erick Silva, explica que o objetivo destes eventos preparatórios para o congresso é fomentar um plano de lutas para a Federação. “Nós somos a federação dos metalúrgicos do Estado de São Paulo e vamos lutar para reconstruir a indústria aqui na região”. O documento será elaborado com os subsídios coletados nas plenárias e finalizado durante o Congresso que vai acontecer em abril.
Warley Soares, Economista do DIEESE, apresentou dados elaborados pelo departamento, que são um raio-x da indústria em São Paulo e no Brasil e defendeu que estamos em um momento histórico decisivo. “Temos a oportunidade de reposicionar o Brasil na geopolítica global e o movimento sindical é essencial para provocar o estado para promover as políticas públicas”, concluiu Warley.
Aroaldo Silva, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da IndustriALL Brasil, alertou que apesar da eleição de Lula representar uma vitória política para a classe trabalhadora, não significa a detenção da estrutura do Estado. "Está em disputa tudo que é referente a macropolítica e aos nossos direitos e por isso, ou a gente se organiza ou a gente vai perder muito mais”. A indústria, que é um setor produtivo com efeito multiplicador e com alto impacto na economia nacional, está em disputa. “A CNI (Confederação Nacional da Indústria), que representa o empresariado, já entregou ao governo federal dois documentos com plataformas que os beneficiam”.
O presidente da IndustriALL Brasil defende que o movimento sindical se aproprie deste debate, que construa um plano nacional de política industrial e que tenha compromisso com o desenvolvimento do país, com geração de emprego e distribuição de renda. E antenado com as novas tecnologias, inovação, respeito ao meio ambiente e que propõe ao governo federal a criação de uma mesa central de negociação para debater o tema. “Nós precisamos pensar em uma política industrial alinhado com as demandas sociais atuais”, finalizou.
A segunda plenária preparatória vai acontecer no dia 25 de fevereiro, no Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba com o tema “Negociação coletiva e contrarreforma”.